De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a depressão é um dos principais problemas de saúde no mundo desenvolvido. Estima-se que 1 em cada 4 mulheres e 1 em cada 10 homens possam ter um diagnóstico de depressão ao longo da vida. As taxas de prevalência variam de acordo com a idade, atingindo o pico na idade adulta mais avançada (acima de 7,5% entre as mulheres com 55-74 anos e acima de 5,5% entre os homens), aumentado consequentemente e de forma muito marcada o consumo de psicofármacos nessa faixa etária. Têm aumentado as evidências científicas sobre a relação entre o consumo prolongado de alguns destes psicofármacos e os défices cognitivos. Preocupa-nos também o facto destes induzirem frequentemente tolerância e dependência, já que são substâncias consideradas de abuso. Pela elevada prevalência e a evidência epidemiológica de que o recurso habitual dos cidadãos com perturbações mentais comuns se verifica nos cuidados de saúde primários, importa que neste nível de cuidados existam profissionais empenhados e atualizados para responderem eficazmente às mesmas e se dinamizem atividades que envolvam a comunidade, especialmente os utentes com diagnóstico de depressão, que afeta de um modo significativo o rendimento no trabalho, a vida familiar e todas as atividades do doente, causando grande sofrimento. Sabemos hoje que o suporte familiar, mas também social, é um complemento importante do tratamento, e é nesse sentido que surge na nossa Unidade o projeto PAR-T-ILHAS. O nosso objetivo é promover nos utentes que envolvemos no projeto o desenvolvimento de competências, queremos “empoderar” estes utentes, envolvê-los nas atividades, despertar gostos e aptidões e contribuir assim para melhoria da sua auto-estima. As atividades servirão como estimuladores da memória, da alegria e facilitarão a criação de laços e relações interpessoais. A partilha de saberes e experiências reforçarão a valorização pessoal e a promoção do humor positivo. O público-alvo é a população com idade igual ou superior a 65 anos com diagnóstico de depressão há pelo menos um ano. O objetivo principal destas sessões é então a diminuição da prevalência de sintomas depressivos, a diminuição do consumo de psicofármacos, assim como a diminuição do número de consultas médicas não programadas por queixas relacionadas com a depressão. As sessões acontecem uma vez por mês, à quarta-feira pelas 15h e têm uma duração de sensivelmente 2 horas. Se desejar juntar-se a nós, fale com a sua equipa de saúde.